Uma breve história das cidades-satélites de Brasília
O desenvolvimento urbano da capital foi muito além do Plano Piloto, mesmo antes de sua inauguração.
Ciclistas e pedestres serão alvos de novas multas. Entenda como funcionará esse mecanismo e saiba o que fazer para não ser multado(a)!
28 de maio de 2018Em janeiro deste ano, a página do Senado Federal no Facebook publicou uma imagem divulgando a regulamentação de multas a pedestres e ciclistas que cometerem infrações de trânsito. De acordo com a publicação, a medida serviria para “reforçar a segurança da população nas vias públicas”. As punições, que passariam a valer a partir deste mês, foram adiadas para abril de 2019.
A multa será aplicada ao pedestre que ficar no meio da rua ou atravessar fora da faixa, da passarela ou da passagem subterrânea. Para o ciclista, a medida é mais arbitrária: além de não poder andar na calçada, o ciclista que guiar de “forma agressiva” e pedalar sem as mãos também está sujeito a receber sanções de até R$ 130,16.
Isso é uma quebra da hierarquia de “menor para o maior” do Código de Trânsito brasileiro, onde o pedestre tem preferência na via sobre o ciclista que, por sua vez, tem preferência sobre o automóvel. O foco da preocupação da segurança nas vias públicas deveria estar exatamente na mudança de comportamentos que a nova regulamentação de multas para pedestres passa a sancionar. Só na cidade de São Paulo, pedestres totalizam 45% das mortes em acidentes de trânsito, um índice desproporcional à sua presença cotidiana nas ruas da cidade.
A regulamentação também dificulta ainda mais a já prejudicada caminhabilidade das cidades brasileiras e acaba mais uma vez incentivando o uso do automóvel individual — que, como já comentamos em uma série de artigos aqui do site, tem sido subsidiado de forma indiscriminada como única solução de mobilidade no Brasil.
Uma observação realista do comportamento dos pedestres e dos ciclistas pode prever um desrespeito diário à nova regulamentação: semáforos permitem, a cada 2 minutos, 15 segundos para pedestres atravessarem, faixas de pedestres e para ciclistas são desrespeitadas por motoristas, e passarelas são não apenas escassas mas um grande esforço e desconforto no deslocamento do pedestre (para não dizer inviável para ciclistas e cadeirantes).
Como já referimos aqui no Caos Planejado, os planejadores de transporte e os decisores públicos raramente andam a pé ou de bicicleta, então é possível que a nova regulamentação venha de uma visão enviesada a favor do automóvel. No entanto, essa nova multa é outro atestado da incapacidade das gestões públicas em melhorar o acesso, a segurança e o trânsito para ciclistas e pedestres.
Somos um projeto sem fins lucrativos com o objetivo de trazer o debate qualificado sobre urbanismo e cidades para um público abrangente. Assim, acreditamos que todo conteúdo que produzimos deve ser gratuito e acessível para todos.
Em um momento de crise para publicações que priorizam a qualidade da informação, contamos com a sua ajuda para continuar produzindo conteúdos independentes, livres de vieses políticos ou interesses comerciais.
Gosta do nosso trabalho? Seja um apoiador do Caos Planejado e nos ajude a levar este debate a um número ainda maior de pessoas e a promover cidades mais acessíveis, humanas, diversas e dinâmicas.
Quero apoiarO desenvolvimento urbano da capital foi muito além do Plano Piloto, mesmo antes de sua inauguração.
A inteligência artificial já transforma o planejamento urbano no mundo. Mas será que cidades brasileiras estão preparadas para essa revolução? Entre potencial e desafios, o uso de IA pode tornar as cidades mais eficientes ou ampliar desigualdades. A decisão sobre seu futuro começa agora.
Confira nossa conversa com o médico Paulo Saldiva sobre como a vida urbana, a mobilidade e a poluição afetam a saúde das pessoas.
Os diferentes métodos para calcular a densidade de pessoas morando em uma determinada área podem tornar difícil o entendimento desse conceito.
Se hoje o Brasil começasse a urbanizar uma favela por semana, demoraríamos 230 anos para integrar todas as favelas e comunidades às nossas cidades. 230 anos. Ou seja, teríamos de aguardar nove gerações. Por isso, precisamos falar com urgência de soluções transitórias.
O processo de licenciamento ambiental, necessário para a aprovação de projetos nas cidades brasileiras, apresenta diversos entraves na prática.
A mudança recente na forma como o IBGE chama as favelas reflete as transformações ao longo do tempo nesses lugares e vai ao encontro de investigações acadêmicas que apontam o fortalecimento do empreendedorismo.
Iniciado em 1970, o processo de favelização na cidade de Guarulhos foi marcado por processos de migração, ações de retirada de barracos e lutas de resistência.
O domínio de facções no Brasil revela a falência do Estado e a precariedade do urbanismo formal. Transporte, serviços e espaços públicos são moldados por regras paralelas, expondo a exclusão e a desigualdade, enquanto soluções urgentes para a dignidade urbana são necessárias.
COMENTÁRIOS